Tumor mais comum no Brasil ganha campanha especial em dezembro

  Câncer de pele

Tumor mais comum no Brasil ganha campanha especial em dezembro

Fatores como exposição prolongada ao sol, histórico familiar e características genéticas, como pele clara, são determinantes no desenvolvimento da doença

 

(Foto: Freepik)

Atualmente, o câncer de pele é o tipo de câncer mais comum entre homens e mulheres no Brasil, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no País. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 185 mil novos casos de câncer de pele são diagnosticados anualmente, sendo aproximadamente 8 mil do tipo melanoma.

Sua principal causa é a exposição excessiva à radiação ultravioleta (UV), que pode danificar as células da pele e desencadear o crescimento anormal delas. A médica dermatologista e nutróloga, Aline Longatti, explica que a pele é composta por várias camadas, e que essa ação pode causar consequências distintas, dependendo da área afetada. “Existe a camada córnea, que é mais externa, a camada espinhosa, granulosa e a basal, que são camadas que compõem a pele. Então, dependendo da região em que ocorrer essa multiplicação desordenada, se originam tipos de cânceres diferentes”, esclarece.

Dra. Aline Longatti (Foto: Divulgação)

Conforme explica o médico oncologista clínico do Centro de Oncologia IHG, Gabriel Felipe Santiago, o câncer de pele é dividido em dois principais tipos: o não melanoma, que, embora menos agressivo, pode causar danos significativos à saúde se não tratado, e o melanoma, uma forma mais rara, porém mais grave, com maior potencial de metástase. Embora o câncer de pele não melanoma tenha alta taxa de cura quando detectado precocemente, cerca de 25% a 30% dos casos são diagnosticados em estágios mais avançados, o que torna o tratamento mais complexo.

“Mesmo sendo o tipo de câncer mais comum no País, a prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para salvar vidas”, destaca. Gabriel Santiago pontua que fatores como exposição prolongada ao sol, histórico familiar e características genéticas, como pele clara, são determinantes no desenvolvimento da doença. “Indivíduos com pele clara, que se queimam facilmente, são mais suscetíveis, tornando ainda mais urgente a conscientização e a adoção de comportamentos preventivos”, ressalta o oncologista.


Dr. Gabriel Felipe Santiago (Foto: Divulgação)

O papel crucial da prevenção e do diagnóstico precoce

O Dezembro Laranja chega com um lembrete fundamental: a importância da proteção solar e do diagnóstico prematuro para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a campanha visa conscientizar a população sobre os cuidados necessários para prevenir o câncer de pele e a relevância da detecção precoce da doença.

“Adotar práticas de proteção solar, como o uso diário de protetor com FPS adequado, fugir do contato prolongado com o sol nos horários de maior intensidade, usar roupas adequadas e realizar consultas dermatológicas regulares, é essencial para manter a saúde da pele e prevenir o câncer”, alerta Aline Longatti. Também é recomendada atenção redobrada ao evitar exposição entre 10h e 16h, período de maior incidência de radiação ultravioleta, além de reforçar a importância de identificar precocemente qualquer alteração na pele.

Tratamento

O tratamento do câncer de pele varia conforme o tipo e o estágio da doença. Nos casos mais comuns, como o câncer não melanoma, a remoção cirúrgica da lesão é a abordagem principal e tem alta taxa de sucesso quando realizada precocemente. Para o melanoma, que é mais agressivo, o tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, dependendo da extensão e da gravidade da doença. “A detecção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, pois aumenta as chances de cura e reduz a complexidade das intervenções. O acompanhamento contínuo com o dermatologista também é essencial para monitorar a saúde da pele e evitar recidivas”, reforça Gabriel Santiago.

Por isso, é importante ficar atento a alguns sinais que podem indicar o desenvolvimento de câncer de pele. Entre os principais sintomas estão manchas ou pintas assimétricas, bordas irregulares ou mudanças de cor, além de feridas que não cicatrizam. Também é fundamental observar lesões que apresentem coceira, sangramento ou crescimento rápido, pois esses podem ser sinais de alerta que exigem uma avaliação dermatológica.

"Durante o Dezembro Laranja, é essencial lembrar que a prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores formas de combater o câncer de pele. Adotar hábitos simples de proteção solar e buscar orientação médica regularmente fazem toda a diferença. Identificar a doença em seus estágios iniciais não só melhora as chances de recuperação, mas também pode salvar vidas", reforça Gabriel Santiago.

A dermatologista Aline Longatti complementa, destacando como crucial adotar um cuidado personalizado com a pele. “O mais importante na campanha é considerar que a proteção solar é individualizada, que cada um vive um contexto e um clima diferente, e tem exposições diferentes, mas ela precisa ocorrer”, conclui.


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